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sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

(continuação) TIQUES: DEFINIÇÃO E CAUSAS

Drauzio – Há gente que morde os lábios quando está preocupada, mexe nos cabelos quando está escrevendo ou tem um jeito característico de piscar os olhos em determinadas situações. Qual a diferença entre esses pequenos gestos e os tiques?

Ana Gabriela Hounie – Os tiques são comportamentos involuntários e repetitivos. Por exemplo: a pessoa pisca muito os olhos ou faz movimentos com os ombros de forma estereotipada e repetitiva. Há outros movimentos incorporados que chamamos de hábitos. Quem ajeita os óculos sobre o nariz para que não caiam desenvolveu um hábito e não um tique. Geralmente as pessoas apresentam mais de um tipo de tique. Quando eles aparecem em grande quantidade, vários tiques diferentes associados a vocalizações padronizadas, por exemplo, estamos diante da Síndrome de Tourette, um transtorno que se caracteriza por tiques motores e vocais crônicos.

Drauzio – Qual a raiz neuropsicológica desse problema?

Ana Gabriela Hounie – Esse debate está em foco desde o século XIX. No início, pensava-se que a origem fosse meramente psicológica. Freud abordou o tema e sua interpretação foi que os tiques seriam provocados por um algum conflito inconsciente. Hoje se considera o fator psicológico como agravante ou desencadeante e não como causa do tique.

Na base dos tiques, existem disfunções funcionais que envolvem neurotransmissores cerebrais e a genética. Na Síndrome de Tourette, o componente genético é bastante importante, mas ainda não se conseguiu localizar o gene nem o cromossomo envolvidos. Suspeita-se que seja o cromossomo 6. Nesse campo, porém, a única certeza é que existe um padrão familiar de transmissão tanto na Síndrome de Tourette quanto nos tiques crônicos.

(continua abaixo)

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