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sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

"O PRIMEIRO PASSO É COMPREENDER"


Em 2006, os psiquiatras Ana Gabriela Hounie (foto) e Eurípedes Miguel lançaram o livro Tiques, Cacoetes, Síndrome de Tourette – Um Manual para Pacientes, seus Familiares, Educadores e Profissionais de Saúde (veja postagem a respeito, em novembro, aqui no blog) com o intuito de ajudar aqueles que convivem com o problema. A seguir, ela fala sobre o problema:

Quando buscar ajuda?

Ana Gabriela Hounie – Ter tique não é problema. Os males ocorrem quando eles são fortes ao ponto de atrapalhar os afazeres e a autoestima. A presença de dores musculares e dificuldade de concentração são sinais de que se precisa de auxílio especializado.

Os tiques duram toda a vida?

Ana – A pior fase tende a ser entre os 10 e 12 anos. Em um terço dos portadores, os sintomas vocais se tornam cada vez mais raros e podem até desaparecer e os motores podem diminuir em número e frequência. A cura ocorre em 30% dos casos, mesmo sem tratamento.

Fisioterapia e fonoaudiologia são bem-vindos?

Ana – Ainda não há estudos que comprovem os benefícios. Na prática, se observa que podem ser proveitosos. A fisioterapia tende a ajudar na tomada de consciência corporal e no controle e alívio das consequências dos tiques, com alongamentos, por exemplo. No caso da fonoaudiologia, técnicas aplicadas no tratamento da gagueira podem funcionar, apesar de serem síndromes distintas.

Como a família pode ajudar no tratamento?

Ana – O primeiro passo é compreender o problema e entender que o paciente não tem os tiques por pura mania. Trata-se de uma alteração fisiológica. Insistir com o paciente para que se controle é o pior método, pois isso o deixa ainda mais ansioso e com surtos ainda mais intensos.

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