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quarta-feira, 20 de junho de 2012

PRINCIPAIS FÁRMACOS PARA TRATAR A ST


Existem muitas medicações que já foram testadas no tratamento dos tiques. Os fármacos mais estudados e que mostraram maior eficiência são os antipsicóticos (agentes antidopaminérgicos) típicos e atípicos, assim como os agonistas adrenérgicos.

São dois os principais agentes da classe dos agonistas: clonidina e guanfacina. Esta última é mais seletiva do que a primeira, o que resulta em menores efeitos colaterais. No entanto, não está disponível para comercialização no Brasil (mas pode ser importada).

A clonidina parece atuar principalmente por meio da redução da sensação subjetiva de incômodo relacionada aos tiques. Seu efeito sobre a frequência e a intensidade é modesto, porém, tem o potencial de melhorar os sintomas comórbidos de TDAH. O principal inconveniente está associado a seu potencial de causar hipotensão e sonolência.

Já os antipsicóticos (ou neurolépticos) típicos principais no tratamento de tiques são o haloperidol, a pimozida, a flufenazina, o penfluridol e a trifluoperazina. A grande preocupação relacionada ao uso desses agentes diz respeito a efeitos neurológicos que podem aparecer em curto e longo prazos.

São efeitos colaterais possíveis as disfunções motoras, como tremores, distonia aguda (contração muscular dolorosa), acatisia (inquietação motora), discinesia tardia (movimentos involuntários) e parkinsonismo (lentidão e perda de coordenação).

Uma preocupação relacionada ao uso da pimozida é a possibilidade de aumento do risco de arritmias cardíacas. Devido a efeitos como esses, os antipsicóticos típicos são preteridos no tratamento em relação aos atípicos, que estão associados a uma menor frequência de efeitos colaterais neurológicos.

Os antipsicóticos atípicos, chamados de segunda geração, embora não elimine totalmente o risco de efeitos colaterais motores e possam provocar aumento de peso, de triglicérides e colesterol), parecem ser bem mais tolerados que os típicos, por isso têm ganhado espaço no tratamento dos tics.

Os principais são a risperidona, olanzapina, a ziprasidona, a paliperidona, o aripiprazol e a quetiapina. A risperidona tem sido o mais estudado porque parece ser tão eficaz quanto os típicos e com alguma vantagem em relação à tolerabilidade, embora a distonia aguda também tenha sido observada.

Porém, os atípicos possuem alto custo (exceto a risperidona) e não contam com registro em órgãos reguladores, ainda que distribuídos pelo SUS (mas não para tratamento de ST).

Fonte: Tiques, cacoetes, síndrome de Tourette, Ana Hounie e Eurípedes Miguel, org.

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