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terça-feira, 27 de novembro de 2012

A FAMÍLIA É MUITO IMPORTANTE NO TRATAMENTO DO TOC

A terapia cognitivo-comportamental do TOC sugere algumas regras de conduta para os familiares, cujo objetivo, em última análise, é favorecer a exposição e a prevenção de rituais. Faz parte do bom senso supor que  atitudes coerentes da família com as orientações da terapia favoreçam a adesão do paciente e  consequentemente, os resultados do tratamento.

O contrário também é verdade. Familiares se opondo ou sabotando o tratamento certamente poderão tornar as coisas  muito mais difíceis. Partindo desse pressuposto, a experiência clínica consolidou algumas recomendações destinadas aos familiares.

Essas regras não são rígidas, inflexíveis ou autoritárias – pelo contrário, devem prevalecer, acima de tudo, o bom senso, a tolerância e o interesse genuíno em ajudar o paciente a vencer o transtorno.

A seguir algumas recomendações aos familiares:

1. Encoraje o paciente, o máximo possível, a enfrentar as situações que evita e a abster-se de executar rituais. Lembre a ele que, especialmente no início, isso é muito difícil e pode provocar medo e aumento da aflição.

2. Lembre-o de que a aflição passa e, em geral, desaparece rápida e naturalmente.

3. Responda às perguntas do paciente uma única vez. Seja honesto nas suas respostas, lembrando-o de que é o TOC e a necessidade de ter certeza que o levam a repetir perguntas. Além disso, lembre a ele de que é impossível ter certeza absoluta sobre muitas questões. Portanto, torna-se necessário conviver com incertezas e dúvidas.

4. Lembre-o de que ruminar é inútil – não acrescenta novas evidências ou novos fatos que ajudem a chegar a um maior grau de certeza. Apenas produz aflição e mantém as dúvidas.

5. De forma gentil, encoraje o paciente a abster-se de executar rituais. Se forem verificações, lembre-o de que são excessivas. Lembre-o das combinações com o terapeuta: verificar coisas apenas uma vez.

6. Use lembretes com humor, e sem agredir: “Olha o TOC”, “Você não tem que ...”,  “nem o Banco Central é tão seguro!”, etc.

7. Diga ao paciente quando algum comportamento ritualístico ou medo é excessivo. Lembre-o de que a maioria das pessoas se comporta de forma diferente. Mencione exemplos.

8. Procure manter as combinações feitas com o terapeuta: “Não vou lhe responder porque combinamos isso com seu terapeuta” ou “Vou fechar o registro do seu chuveiro daqui a cinco minutos porque foi isso que nós combinamos com o seu terapeuta”. Seja firme, sem ser autoritário.

9. Marque o horário no qual vocês sairão de casa para almoçar, jantar, etc. Se, por acaso, o paciente se atrasar, avise quanto tempo mais você vai esperá-lo. Passado esse tempo, cumpra o combinado.

10. Não deixe o TOC arruinar a  vida da  sua família: mantenha seus compromissos profissionais, horas de lazer e vida social.

11. Participe de grupos de auto-ajuda: familiares de outros pacientes poderão lhe dar dicas  valiosas de como lidar com os  sintomas e com as diferentes situações que ocorrem a todo o momento.

12. Disponha-se a realizar os exercícios junto com o paciente. Permaneça ao lado dele, especialmente quando irá fazer exercícios pela primeira vez, que provocam muito medo.

13. Peça que lhe avise quando estiver na iminência de fazer um ritual que acredita não conseguirá resistir. Permaneça  ao seu lado até o impulso diminuir. De forma gentil estimule-o a resistir, sem pressioná-lo.

14. Auxilie-o a completar a lista de sintomas, apontando aqueles que ele talvez não tenha percebido.

15. Fique atento a sinais de recaída  e descubra uma forma gentil e delicada de sinalizar ao paciente.

Fonte: UFRGS (TOC)

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