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sexta-feira, 29 de junho de 2012

ESTRANHA OBSESSÃO

O que qualquer um pensa ao ouvir falar em "obsessão"? Geralmente não é coisa boa. Eu, pelo menos, imagino de cara um vampiro esfomeado obcecado pelo sangue de uma moça (acho que to lendo muitos livros de série de vampiros.). Mas não adianta pensar que obsessão é coisa de clássicos românticos ou de terror. Essa palavra de significado tão estonteante (para mim, pelo menos) é presença ativa em nossas vidas.

Cada pessoa tem uma obsessão pessoal. Seja ela em carreira, social, profissional ou seja lá o que for. Uma das minhas é ser feliz, o que exemplifica um tipo de obessão extremamente comum: a que nem aparece.

Já me classificaram das mais diversas maneiras por essa minha obsessão. Não vou negar, várias delas machucaram bastante. Mas aprendi a conviver com isso. É somente graças a essa minha obsessão que eu sou feliz e reconheço isso.

É necessário lembrar que essa minha obsessão é uma característica minha dada por Deus, portanto, é ele o responsável pela minha felicidade.

Entretanto, não é segredo que a obsessão que faz sucesso, aquela que assusta e encanta muita gente, é a obsessão exagerada, infelizmente tão comum quanto a mais discreta. Esse tipo pode vir de diversas maneiras, das quais as mais conhecidas são a obsessão por paixão, por vingança, por ambição (uma forma de obsessão), etc.

O objetivo desse post é declarar o quanto essa palavra, esse significado e essa situação me irritam. Não posso reclamar da obsessão discreta, pois é ela que movimenta o mundo, mas a outra obsessão se torna bem comum na minha vida, e a cada dia que passa, ela se torna mais evidente, ou seja, mais irritante, chegando ao ponto de ficar agoniante.

Algumas pessoas são tão obcecadas por algo que já nem prestam mais atenção àquilo que dizem, chegando a contradizer a si mesmos em suas palavras. Suas frases, tão bonitas, tão tocantes, já são sempre as mesmas, mecânicas e já não surtem mais o mesmo efeito de antes, não têm o mesmo sentido e muito menor o mesmo impacto. Pra todo lugar que eu olho, me deparo com ela. Essa obsessão é o ponto fraco da minha vida e minha prisão pessoal.

Essa obsessão é o resultado de algo que eu criei há muito tempo e não sabia o que estava fazendo. Mas não sei se fiz certo, pois, afinal de contas, eu mesma me tornei, talvez, igualmente obcecada.

Será? Eu, sinceramente, duvido.

Incrível como algo pode ser, ao mesmo tempo, tão belo e tão repugnante.

Fonte: Blog O Outro Lado do Espelho

quarta-feira, 27 de junho de 2012

RELAÇÕES AFETIVAS


Até nós, pais, entendermos o lado da Tourette que não é bem explicado, tudo se complica. A relação afetiva fica deteriorada. É como se o laço que nos une estivesse se puindo. Isso envolve a todos que convivem de perto com a doença.

Eu não conseguia entender o que se passava com meu filho, tudo estava mudando e os livros não explicavam isso. Às vezes, eu achava que era eu que não sabia ser mãe, e isso me machucava. O médico dizia que podia ser da adolescência , que o pai devia está mais presente; justificava que nessa idade, o filho precisa da presença masculina. Ele tinha pai e o pai era presente. Trabalhava, mas era presente.

Eu fiquei péssima. De um lado, estava meu filho que não queria estudar, que se descontrolava por nada, vivia nervoso, discordava de tudo, não parava de reclamar. E do outro, meu filho mais novo assistia a tudo de camarote. Via o irmão que ele tanto amava desse jeito e me via chorar,colocar o irmão de castigo, brigar, gritar.

Era difícil para mim ver minha família no caos por causa de uma síndrome e não poder fazer nada. A dúvida existia sempre, ninguém tem noção de quantos livros eu li, outros eu comprei e no meio eu desistia de ler, porque o que eu tentava fazer não servia e os livros só nos deixavam mais frustados.

Quanto mais punição eu aplicava, mais as coisas se complicavam. Enquanto eu estava péssima, por não saber impor limites, por não conseguir que meu filho voltasse a ser quem ele era, por nossas vidas passou um furacão. A sensação é essa: deixar a Tourette te vencer.

Mas eu sou neta de teimosa, filha de teimosa e não podia ser diferente: também sou teimosa. Continuava me perguntando o que eu estava fazendo errado. Meu filho criou aversão de estudar comigo e eu quase pirei. Mas, surgiu a professora particular para acalmar os ânimos. Quase perco o amor do meu filho, muito mais importante que escola, muito mais importante que letras, muito mais importante que regras.

Ele não me ouvia, estavamos perdidos e nenhuma luz. Tudo acontecia ao mesmo tempo e ainda não era todos os dias. Insisti com o neuro se precisava levá-lo ao psiquiatra, mas não tive resposta. Eu confiava plenamente no tratamento, mas não tinha explicação.

A psicóloga do meu filho me cobrava um psiquiatra, eu fugia sempre, tinha medo de mudar e ser a responsável por um possível erro. Mas que erro, se tudo estava uma bagunça?

Eu não aceitava a Tourette ainda e,  pior que isso, eu não era íntima dela, ela não era minha companheira, eu odiava essa síndrome que fazia meu filho sofrer. Nesse tempo, eu ainda não abria para todo mundo as portas da Tourette. E eu, uma mãe apaixonada, não compreendia meu filho. Hoje, eu imagino como ele se sentia.

Com 12 anos, tudo piorou. A letra ficou ilegível. Eu já tinha prática, mas os professores, não. Já não copiava tudo e começou uma enorme dificuldade em matemática. No meio disso tudo, ainda tinham as compulsões e pensamentos que se repetiam sempre.

Os medicamentos eram trocados, ele dormia sem parar, não assistia TV, não jogava, não brincava. Bati muito nessa tecla com o médico e medicamentos iam e vinham. Eu queria uma comunicação maior, um entendimento de tudo. Cada vez mais as coisas se complicavam e meu filho sofria. O descontrole era comigo; depois me arrependia como se o movimento do pensamento terminasse. Comportamento na escola: normal. Era só comigo.

Por mais que eu colocasse regras e limites, ele não aceitava.

Foi tudo acontecendo lentamente, aos 8 anos de idade e crescendo. Nada passou sem que eu notasse. E, como um furacão , aos 11 anos e meio, tudo explodiu. Fui apertada por várias chaves de fenda protetoras e, finalmente, quase que forçada, levei-o para uma psiquiatra.

Um medo que só Deus sabe explicar. E ela teve que mudar tudo. A responsabilidade era minha - concordar ou não -, deixar o outro médico ou não, o que fazer era decisão nossa.


Depoimento de Daniela Torres, editora do blog Nossas Vidas com Tourette e mãe de um garoto com Tourette

segunda-feira, 25 de junho de 2012

TESTIMONIO SOBRE EL TOURETTE

Estoy muy enfadada, conmigo misma y con el mundo en general.

Culpo a este maldito síndrome de todos mis males y odios. No pensé que se pudiera llegar a estos extremos, llegar a odiar tanto a tus prógimos estúpidos paletos con hijos perfectos...

Mi vida está totalmente condicionada por el síndrome de mi hijo. Todo se mueve en torno a él, siempre a la defensiva, con miedos, dudas, preocupaciones... Todo lo que hago, siempre me he de preguntar si es bueno para él, como le va a afectar, que tipo de gente hay a su alrededor, si le pondrá nervioso, si se pondrá histérico, si le va a gustar, si tendré un momento de relax para mí, y podré disfrutar del momento.

Este verano pasado tuve unos problemillas con los vecinos donde veraneamos, sólo 6 días, y me fui al 5º, se burlaban de mi hijo, lo imitaban, le metían miedo... tuve que enfrentarme a unos niños tontos y malcriados (y no padecían ningún síndrome...) No disfrutamos para nada de la estancia, siempre pendiente de mi hijo, para que no se cruzara con tales desechos humanos.

Comenzó muy mal el curso, sin recurso fiables médicos, y todos pasaban de todo, no era su problema. Siempre en la carretera yendo de un sitio a otro buscando soluciones. Le quitaron horas de profesores de apoyo y le cambiaron a la que tenía desde los 5 años (ahora tiene 9 y medio) fue comenzar de cero.

Muchos padres que se niegan a que sus hijos estén junto al mío. Incluso han osado a recoger firmas en la puerta del colegio para echarlo, aunque no llegaron a nada. Pero el día a día, el ver como te excluyen de todo, como te miran de reojo, como cotillean a tus espaldas, como te ignoran, el como miran a tu hijo, el bicho raro del colegio. Nunca lo invitan a las cumpleaños. Ya un padre me esperó en la puerta de mi casa y amenazó a mi hijo, e intentó agredirlo. Lo insultó y amezó de muerte, sí como lo leen, de muerte.."yo voy a la carcel, pero tú no sales de donde vas"

En el 2009, comenzé a formar una asociación en canarias, ACST, pero no llegó a nada, me dieron la espalda, me quedé sola, y ahí quedó todo el papeleo, en una carpeta.

Ahora me enfrento a una profe que siempre le ha tenido manía (gimnasia), aunque le quitaron hierro al asunto el años pasado, pero este año ha sido la repera. Se ha atrevido a ponerle la mano encima y a intimidarlo, lo ha zarandeado y lo trató delante de los compañeros de mal de la cabeza y subnormal. Esto ya ha hecho que pierda toda mi confianza en la humanidad.

Sólo tiene 9 años, ¿es esto lo que nos espera el resto de nuestras vidas? Por Dios.

He comenzado a ir a una psicóloga para mí. No duermo, me obligo a comer, tengo siempre un nudo en el estómago, pienso que mi vida es una mierda, no soy feliz y me siento más sola que nunca. Hay días que sólo me gustaría llorar, pero es que ni eso puedo, estoy seca. Y no me puedo permitir que me vean así.

A todo esto le añado mis problemas con mi adolescente hijo, y un marido que no me entiende... No puedo encontrar un trabajo que se adapte a mis necesidades, mejor dicho a las de mi hijo.

Me estoy perdiendo a mí misma, y sigo camiando porque mi hijo me necesita, pero me siento vacía.

Esther.

Fonte: Astourette

sexta-feira, 22 de junho de 2012

O QUE SÃO OBSESSÕES? E COMPULSÕES?

Obsessões são pensamentos ou idéias, impulsos, imagens, cenas, enfim, atitudes mentais que invadem a consciência de forma involuntária, repetitiva, persistente e normalmente absurdas. Essas ideias obsessivas são ou não seguidas de rituais destinados a neutralizá-los, as compulsões.

Os pensamentos obsessivos são experimentados como intrusivos, inapropriados ou estranhos pelo próprio paciente, o que acaba causando mais ansiedade e desconforto emocional. A pessoa tenta resistir a esses pensamentos, ignorá-los ou suprimi-los com ações ou com outros pensamentos, mas sempre, o próprio paciente reconhece tudo isso como produto de sua mente e não como se fossem originados de fora (como ocorre na esquizofrenia).

Compulsões são comportamentos repetitivos ou atos mentais (rezar,contar, repetir palavras ou frases) que a pessoa é levada a executar em resposta a uma obsessão ou em virtude de regras (autoimpostas) que devem ser seguidas rigidamente.

Os comportamentos ou atitudes mentais compulsivas são destinadas a prevenir ou reduzir o desconforto gerado pela obsessão ou prevenir alguma situação ou evento temidos. O próprio paciente percebe que essas atitudes não possuem uma conexão realística ou direta com o que pretendem evitar ou que são claramente excessivas, mas essa crítica não é suficiente para inibir a compulsão.

Fonte: Psiqweb

quarta-feira, 20 de junho de 2012

PRINCIPAIS FÁRMACOS PARA TRATAR A ST


Existem muitas medicações que já foram testadas no tratamento dos tiques. Os fármacos mais estudados e que mostraram maior eficiência são os antipsicóticos (agentes antidopaminérgicos) típicos e atípicos, assim como os agonistas adrenérgicos.

São dois os principais agentes da classe dos agonistas: clonidina e guanfacina. Esta última é mais seletiva do que a primeira, o que resulta em menores efeitos colaterais. No entanto, não está disponível para comercialização no Brasil (mas pode ser importada).

A clonidina parece atuar principalmente por meio da redução da sensação subjetiva de incômodo relacionada aos tiques. Seu efeito sobre a frequência e a intensidade é modesto, porém, tem o potencial de melhorar os sintomas comórbidos de TDAH. O principal inconveniente está associado a seu potencial de causar hipotensão e sonolência.

Já os antipsicóticos (ou neurolépticos) típicos principais no tratamento de tiques são o haloperidol, a pimozida, a flufenazina, o penfluridol e a trifluoperazina. A grande preocupação relacionada ao uso desses agentes diz respeito a efeitos neurológicos que podem aparecer em curto e longo prazos.

São efeitos colaterais possíveis as disfunções motoras, como tremores, distonia aguda (contração muscular dolorosa), acatisia (inquietação motora), discinesia tardia (movimentos involuntários) e parkinsonismo (lentidão e perda de coordenação).

Uma preocupação relacionada ao uso da pimozida é a possibilidade de aumento do risco de arritmias cardíacas. Devido a efeitos como esses, os antipsicóticos típicos são preteridos no tratamento em relação aos atípicos, que estão associados a uma menor frequência de efeitos colaterais neurológicos.

Os antipsicóticos atípicos, chamados de segunda geração, embora não elimine totalmente o risco de efeitos colaterais motores e possam provocar aumento de peso, de triglicérides e colesterol), parecem ser bem mais tolerados que os típicos, por isso têm ganhado espaço no tratamento dos tics.

Os principais são a risperidona, olanzapina, a ziprasidona, a paliperidona, o aripiprazol e a quetiapina. A risperidona tem sido o mais estudado porque parece ser tão eficaz quanto os típicos e com alguma vantagem em relação à tolerabilidade, embora a distonia aguda também tenha sido observada.

Porém, os atípicos possuem alto custo (exceto a risperidona) e não contam com registro em órgãos reguladores, ainda que distribuídos pelo SUS (mas não para tratamento de ST).

Fonte: Tiques, cacoetes, síndrome de Tourette, Ana Hounie e Eurípedes Miguel, org.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

ST E TOC NO REPÓRTER RECORD


TV Record dedicou um programa inteiro de seu Repórter Record à síndrome de Tourette. Foi exibido em 22 de julho e é, sem dúvida, o melhor e maior material já produzido por uma emissora de TV brasileira sobre o assunto.

O programa tem quase 50 minutos e você pode assistí-lo na íntegra, acima. Sugerimos vê-lo no modo "tela cheia", para seu maior conforto, bastando para isto clicar na barra bem embaixo, à direita (as quatro setinhas, na ponta). Para fechar, aperte "Esc" no seu teclado.

Vale muito à pena!

sexta-feira, 15 de junho de 2012

PORTADORES DE TOC FAMOSOS


Não é apenas no mundo dos pobres mortais que doenças como o Transtorno Obsessivo Compulsivo, mais conhecido com o TOC, faz suas vítimas. No meio dos famosos, muita gente também não consegue fugir de algumas manias.

Apresentador Jô Soares: Os quadros de sua casa têm que estar levemente tombados para a direita.

Cantor Roberto Carlos: Tornaram-se famosas manias como sair de um ambiente pela mesma porta pela qual entrou, não usar nada de cor marrom, evitar palavras de conotação negativa e jamais assinar documentos na fase minguante da lua.

Atriz Luciana Vendramini: Já curada após tratamento, só conseguia dormir se visse um táxi amarelo passando na rua. Em seguida, ela passou a se deitar somente se visse dois táxis amarelos, um atrás do outro. Depois, os dois táxis amarelos e uma pessoa andando na direção oposta. Para sair do banho, por exemplo, Luciana precisava “congelar um pensamento bom” na mente. Obviamente, nessas horas, ela só pensava em coisas ruins. Um dia seu pai teve de invadir o banheiro e tirá-la de lá à força. Fazia dez horas que Luciana estava no chuveiro.

Atriz e modelo Megan Fox (foto): É maluca por limpeza. A grande preocupação dela são os banheiros públicos e os talheres de restaurantes. Quando sai de casa, só vai ao banheiro se o vaso sanitário tiver proteção. Também não consegue usar talheres de restaurante, imaginando que um milhão de outras pessoas já colocaram na boca.

Atriz Cameron Diaz: Não suporta compartilhar germes e “fluidos” com outras pessoas. Admite que esfrega as maçanetas tão forte – antes de entrar em algum lugar – que as deixa brilhando. Além disso, ela tem mania de limpeza. Lava as mãos e o piso várias vezes durante o dia, e usa os cotovelos para abrir portas desconhecidas, tudo isso para não pegar germes de outras pessoas.

Jogador de futebol David Beckham: Odeia objetos que formem números ímpares e é obcecado por simetria – se a soma de objetos der um resultado ímpar, ele pega uma das coisas e guarda bem longe dele, para dar um resultado par. Também costuma colocar ordem nos quartos dos hotéis em que se hospeda e tem obsessão por ordenar as coisas. Ele não pode ver mais uma garrafa fora de ordem, por exemplo, que já a coloca em fila até que tudo pareça perfeito.

Cantor Justin Timberlake: Confessou que tem TOC possuindo uma obsessão por limpeza, além da sua mania de deixar todas – mesmo – as suas coisas bem alinhadas.

Cineasta Woody Allen: Tem pânico de morrer. Até aí tudo bem. Afinal, quem não tem? O problema é que ele checa sua temperatura de meia em meia hora – cronometrada.

Ator Leonardo di Caprio: Já havia superado as manias que tinha quando era criança até participar do filme “O Aviador”, em que interpretou um homem que sofria de TOC. Na infância, o ator não podia pisar em fendas ou bordas que apareciam pelo caminho. Durante as filmagens de “O Aviador”, ele passou a se atrasar, pois caminhava de uma forma específica para chegar ao set e refazia todos seus passos caso cometesse algum erro. Além disso, há rumores de que Leo tenha mania de perseguição.

Fonte: site 94FM

quarta-feira, 13 de junho de 2012

DICA DE LIVRO: MENTES INQUIETAS


Quando pensamos em transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), não devemos raciocinar como se estivéssemos diante de um cérebro "defeituoso". Devemos, sim, olhar sob um foco diferenciado, pois, na verdade, o cérebro do TDAH apresenta um funcionamento bastante peculiar, que acaba por lhe trazer um comportamento típico, que pode ser responsável tanto por suas melhores características como por suas maiores angústias e desacertos vitais.

O comportamento do portador nasce do que se chama trio de base alterada. É a partir desse trio de sintomas - formado por alterações da atenção, da impulsividade e da velocidade da atividade física e mental - que se irá desvendar todo o universo TDA, que, muitas vezes, oscila entre o universo da plenitude criativa e o da exaustão de um cérebro que não para nunca.

Para um TDAH, manter-se concentrado em algo, por menor tempo que seja, pode ser um desafio tão grande como para um atleta de corrida com obstáculos que precisa transpor barreiras cada vez maiores até chegar ao fim da pista. Essa dificuldade em se manter concentrado em determinado assunto, pensamento, ação ou fala, muitas vezes, causa situações bastante desconfortáveis.

Exemplo disso é o fato de estar em sala de aula ou em uma reunião de trabalho e, de repente, desviar seus pensamentos para pequenas coisas como o horário do jogo de seu time no dia seguinte, a roupa que irá usar para ir ao cinema à noite ou mesmo se o carro está suficientemente limpo para dar carona ao chefe. Várias vezes, o TDAH é flagrado por seus colegas ou patrões nesses lapsos de atenção, acarretando desde pequenas a grandes discussões.

Este é um trecho do livro "Mentes Inquietas", da psiquiatra Ana Beatriz Barbosa Silva (Editora Napades, 224 páginas), que aborda, de forma leve e bem-humorada, tudo o que envolve esse transtorno. Recomendamos que você adquira o livro, mas se não tiver condições, pode lê-lo na íntegra clicando no link a seguir: http://pcangelo.files.wordpress.com/2008/04/mentesinquietas.pdf

segunda-feira, 11 de junho de 2012

O PASSEIO DOS TIQUES PELO CORPO


A localização dos tiques de um paciente pode mudar, mas geralmente eles começam no rosto e no pescoço. Os tiques iniciais mais comuns são o piscar de olhos e os movimentos faciais. Com o tempo, os tiques tendem a se alastrar em uma progressão descendente.

A partir do rosto e do pescoço, os tics podem progredir para os braços e as mãos, e os pacientes podem encolher os ombros ou cerrar os punhos. Eles podem então avançar pelo corpo e pelas extremidades inferiores, possivelmente fazendo os pacientes pisarem mais firmemente ou andarem de forma peculiar.

Finalmente, os tiques podem progredir para os sistemas respiratório e alimentar ou digestivo, incluindo soluços, assovios, arrotos e limpeza frequente da garganta.

Os tiques podem mudar de frequência, local e gravidade e geralmente são precedidos por um impulso. Os pacientes descrevem esse impulso como uma tensão crescente liberada pelo tiques. Os pacientes podem suprimir seus tiques por um curto período, o que geralmente resulta em um tique posterior mais intenso.

Os tiques podem aumentar em momentos de estresse emocional ou quando o paciente vê alguém vê alguém fazendo um  movimento igual ao seu tique. Por exemplo, um paciente que sofre de um tique motor como fungar repetitivamente pode ser "acionado" ao ouvir alguém fungar. Os tiques podem diminuir em momentos de concentração intensa ou durante o sono.

Fonte: UOL

sexta-feira, 8 de junho de 2012

ESTIMULAÇÃO MAGNÉTICA TRANSCRANIANA NO TRATO DA TOURETTE


Estudos recentementes publicados falam sobre a Estimulação Magnética Transcraniana no tratamento da síndrome de Tourette. Um artigo publicado na Alemanha, por Zieman, relata 20 pacientes destros com transtorno de Tourette, comparados a 21 controles sadios destros, nivelados  pela faixa etária média.

Foi verificado o potencial exitatório do cortéx motor através da EMT como grande inibidor da resposta motora nos tiques dos pacientes com Síndrome de Tourrette.

As sessões foram feitas em alta intensidade (10Hz) na região motora cortical esquerda com 90% do limiar motor do paciente, com apoio de aparelho de eletromiografia de superfície (EMG) foi registrada a partir do músculo abdutor do dedo mínimo da direita o processo de inibição do movimento do tique distal. Pode-se comprovar a eficácia de inibição motora em 19 dos 20 pacientes com síndrome de Tourette.

Outro estudo publicado pelo The  International Journal of Neuropsychopharmacology mostra os efeitos da EMT em pacientes com transtorno obsessivo-compulsivo e síndrome de Tourette. Foram selecionados 35 pacientes com TOC e ST sem uso de medicação e outro grupo de 30 pacientes com tratamento convencional farmacológico e psicossocial, que não foram submetidos a sessões de EMT.

Para as sessões com a estimulação, determinou-se uma faixa de baixa frequência (1Hz) na área motora suplementar (SMA) com 10 sessões diárias a 100% do limiar motor do paciente, com 1200 estímulos/dia.

Percebeu-se que ocorreu uma ativação dos interneurônios inibitórios, durante os estímulos subliminares, no chamado fenômeno de "inibição neuronal". Isto foi mais acentuado entre pacientes com tiques complexos entre os que não se utilizavam de neurolépticos. Houve melhora significativa de 52% de diminuição dos sintomas dos compulsivos em 11 pacientes logo na primeira semana e 17 pacientes tiveram diminuição de 83% dos tiques na segunda semana.

A melhora dos sintomas foi correlacionada com um aumento significativo do limiar motor direito de descanso (área representativa motora no cérebro) e ficou estável em 3 meses de acompanhamento.

Os benefícios do tratamento com Estimulação Magnética Transcraniana na Tourette foram diminuição ou inibição dos tiques (por controle), melhora do sono, diminuição da hiperatividade cortical, melhora da atenção e memória para aprendizagem, controle da impulsividade, controle do quadro obsessivo-compulsivo.

Fonte: Clínica Higashi

quarta-feira, 6 de junho de 2012

O PAPEL DOS NEUROTRANSMISSORES NA ST


Os neurônios não estão conectados diretamente uns aos outros. Entre eles, há um espaço microscópico chamado sinapse. Dessa forma, para que um neurônio se comunique com outro, utiliza-se de substâncias químicas chamadas de neurotransmissores.

Cada NT possui diferentes tipos de efeito no neurônio seguinte, desencadeando uma série de reações químicas que traduzem a "informação" a ser transmitida. Conheça a seguir os principais neurotransmissores relacionados à Tourette:

- Dopamina: é um NT sintetizado a partir da tirosina, um tipo de aminoácido. Em geral, está envolvida com o estado de alerta, com o "pique" e com a alegria. 

Doenças neurológicas e psiquiátricas podem ocorrer quando a atividade da dopamina está inadequada (excessiva ou reduzida), como ocorre na doença de Parkinson, na esquizofrenia, no transtorno bipolar, em alguns tipos de depressão e na ST.

Na Tourette, parece existir uma atividade aumentada da dopamina nos gãnglios da base. Assim, medicamentos e substâncias que aumentam a ação da dopamina podem piorar os tiques em quem os apresentava anteriormente, como anfetaminas, cocaína e derivados. Fármacos como haloperidol, que atua no bloqueio da ação da dopamina, são parcialmente eficazes em cerca de 80% dos casos de ST.

- Serotonina: é um neurotransmissor inibidor, mas, em alguns casos, pode ter ação excitatória. É capaz de reduzir a sensação de dor, melhorar o humor, diminuir o apetite, relaxar e até induzir e melhorar o sono. 

O funcionamento inadequado da transmissão via serotonina provavelmente está envolvido na maior parte dos casos de depressão, em transtornos de ansiedade e transtornos do sono. Um dos papéis desse NT é inibir a ação da dopamina. Portanto, a diminuição da atividade da serotonina nessa região pode contribuir para o agravamento da ST. Medicações que atuam nesse neurotransmissor podem colaborar para o tratamento da Tourette, mas dificilmente são eficazes quando utilizadas de forma isolada.

- Acetilcolina: é uma substância excitatória. Foi o primeiro NT identificado. Na ST, acredita-se que pode haver certa deficiência em sua atividade, mas essa hipótese carece, ainda, de maior investigação.

- Noradrenalina: proporciona energia e disposição e está diretamente relacionada às reações de enfrentar ou fugir de um problema que ameace a vida. Seu papel na ST tem sido amparado por estudos clínicos nos quais alguns pacientes parecem melhorar com o uso de fármacos que atuam sobre esse NT, como a clonidina e a guanfacina. Esses medicamentos podem inibir a ação da noradrenalina, que teria o papel de aumentar a atividade da dopamina, ou seja, tais fármacos conseguiriam reduzir a ação da dopamina indiretamente.

Fonte: Tiques, cacoetes, síndrome de Tourette, Ana Hounie e Eurípedes Miguel, org.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

A ST E A ALIMENTAÇÃO


Existem poucos estudos científicos e muitos relatos de portadores de Tourette sobre a relação entre a alimentação e a síndrome de Tourette.

Segundo o livro "Tiques, Cacoetes, Síndrome de Tourette" (Ana Hounie e Eurípedes Miguel), existe um estudo alemão realizado em 2008, que avaliou a ação de 32 tipos de alimentos.

Alguns estão ligados à piora dos tiques, como bebidas com cafeína, à base de cola, café, chá-preto, chá-verde e chocolate. Ainda foram citados agentes conservantes, açúcar refinado e adoçantes.

O livro fala ainda em várias dietas, mas não deixa de ressaltar a importância do paciente observar qual alimento está relacionado (e se está) à alteração dos movimentos.

Observação nossa: será que o chimarrão (no qual somos "viciados") está incluído nesta lista? :-s

Fonte: Blog Nossas Vidas com Tourette

sexta-feira, 1 de junho de 2012

ENTREVISTA DE LILLY, MÃE DE UM TOURÉTTICO


Nossa amiga e parceira Lilly Meraz-Sierra, de Honduras, mãe de um garoto portador de Tourette, iniciou o trabalho de divulgação da síndrome em seu país, escrevendo o Blog de Lilly e não parou por aí. Recentemente, foi destaque em uma entrevista a uma emissora de TV local em que conta sua experiência com a ST. O vídeo é muito esclarecedor e motiva a todos nós a continuarmos com nossa missão de esclarecimento das pessoas acerca da síndrome.