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terça-feira, 30 de julho de 2013

DIFERENÇA ENTRE NEUROLOGIA E PSIQUIATRIA


Muitos confundem a área de atuação da neurologia com a da psiquiatria e, não raro, pacientes preferem procurar um neurologista a um psiquiatra na ilusão de que seu problema é mais simples e, portanto, dispensa o psiquiatra, “que cuida de casos mais graves".

O neurologista trata de doenças neurológicas que acometem o cérebro, a medula espinhal e os nervos periféricos, causando prejuízos para a coordenação motora, força muscular, movimentos e sensibilidade do corpo ou cursando com perda da consciência, crises convulsivas, cefaléias, entre outros sintomas. Trata ainda das infecções do sistema nervoso central (meningites, encefalites), dos tumores, das doenças isquêmicas e hemorrágicas (como AVE).

A psiquiatria se encarrega do tratamento das desordens emocionais e do comportamento, que também ocorrem no cérebro, numa área especializada em emoção denominada sistema límbico.

O avanço no campo das neurociências permitiu um melhor entendimento do funcionamento de nossa mente e estreitou sua relação com o restante do cérebro, aproximando a psiquiatria da neurologia. Nesse processo, quem mais avançou sua fronteira foi a psiquiatria, passando a ter uma abordagem mais biológica.

A neuropsiquiatria é o ramo da psiquiatria que procura incorporar conhecimentos da neurologia e tratar doenças neurológicas com manifestações psiquiátricas, como alterações do comportamento, do humor, da percepção e do pensamento.

Fonte: psiquiatra Leonardo Figueiredo Palmeira

quinta-feira, 25 de julho de 2013

UM POUCO SOBRE OBSESSÕES


1 - Obsessão de contaminação, seguida de banhos, ou da higiene das mãos, ou atitudes mais esdrúxulas. O objeto temido é difícil de evitar, como o pensamento sobre urina, fezes, contaminação microbiana, feridas, doenças, sujeira em geral e a compulsão envolve banhos e limpeza. Tais pacientes podem autoproduzir escoriações pela forma exagerada com que se lavam e escravizam-se pelo ritual absolutamente rígido do ato de limpeza. Este é o padrão sintomático mais comum.

2 - A obsessão da dúvida seguida da compulsão para verificação é o segundo tipo mais encontradiço. A obsessão de ter negligenciado a prevenção do perigo, como por exemplo, ter deixado o gás aberto, o ferro de passar ligado, a porta da frente destrancada, a torneira aberta, as gavetas e portas semi-abertas, determina complicados mecanismos de verificação e reverificação, obrigando o paciente a voltar várias vezes ao mesmo local. Diversas são as situações onde o indivíduo obsessivo é incomodado por sentimentos de culpa por ter negligenciado alguma coisa, daí a falsa impressão do perfeccionismo e meticulosidade.

3 - Em terceiro lugar vêm os pensamentos obsessivos meramente invasivos de temática extremamente variável; pensamentos libidinosos e obscenos dirigidos a objetos de veneração e respeito (santos, mãe, crianças, filhos), agressões que o indivíduo considera condenável. Por ter consciência destes pérfidos pensamentos habitando o seu psiquismo, a ansiedade experimentada chega a ser insuportável.

4 - A lentidão obsessiva ou pensamento persistente de criteriosa meticulosidade na execução das atividades corriqueiras transformando cada atividade cotidiana numa verdadeira liturgia de perfeição e ordem. As coisas têm que ser feitas de um ou outro jeito e, na dúvida de terem saído imperfeitas, são meticulosamente repetidas. As tarefas do dia-a-dia tornam-se demasiadamente morosas e de realização extremamente complexa e cansativa.

5 - Colecionismo ou hábito de juntar tranqueiras: chama-se colecionismo a grande dificuldade ou incapacidade de descartar objetos usados e/ou inúteis, mesmo se não tiverem valor sentimental. Trata-se de uma atitude compulsiva, portanto, intimamente relacionada aos transtornos do espectro obsessivo-compulsivo.

Algumas espécies animais têm o colecionismo como mecanismos de sobrevivência, portanto, um comportamento inato. O estudo neurofisiológico desse comportamento favorece hipóteses sobre neurocircuitos dopaminérgicos especificamente relacionados ao colecionismo

Além dos transtornos obsessivos, o colecionismo pode estar presente também em outras patologias, como por exemplo, na demência.

Alguns pesquisadores defendem a ideia de que, em casos específicos, o colecionismo deveria ser considerado uma patologia própria e não um sintoma – seria o chamado colecionismo patológico.  Calcula-se que o colecionismo, puro e simples e sem relação com outros sintomas obsessivo-compulsivos, esteja presente em aproximadamente 5% da população.

Fonte: Psiqweb

terça-feira, 23 de julho de 2013

COMPREENDER É O PRIMEIRO PASSO



Em 2006, os psiquiatras Ana Gabriela Hounie (foto) e Eurípedes Miguel lançaram o livro Tiques, Cacoetes, Síndrome de Tourette – Um Manual para Pacientes, seus Familiares, Educadores e Profissionais de Saúde (veja postagem a respeito, em novembro, aqui no blog) com o intuito de ajudar aqueles que convivem com o problema. A seguir, ela fala sobre o problema:

Quando buscar ajuda?

Ana Gabriela Hounie – Ter tique não é problema. Os males ocorrem quando eles são fortes ao ponto de atrapalhar os afazeres e a autoestima. A presença de dores musculares e dificuldade de concentração são sinais de que se precisa de auxílio especializado.

Os tiques duram toda a vida?

Ana – A pior fase tende a ser entre os 10 e 12 anos. Em um terço dos portadores, os sintomas vocais se tornam cada vez mais raros e podem até desaparecer e os motores podem diminuir em número e frequência. A cura ocorre em 30% dos casos, mesmo sem tratamento.

Fisioterapia e fonoaudiologia são bem-vindos?

Ana – Ainda não há estudos que comprovem os benefícios. Na prática, se observa que podem ser proveitosos. A fisioterapia tende a ajudar na tomada de consciência corporal e no controle e alívio das consequências dos tiques, com alongamentos, por exemplo. No caso da fonoaudiologia, técnicas aplicadas no tratamento da gagueira podem funcionar, apesar de serem síndromes distintas.

Como a família pode ajudar no tratamento?

Ana – O primeiro passo é compreender o problema e entender que o paciente não tem os tiques por pura mania. Trata-se de uma alteração fisiológica. Insistir com o paciente para que se controle é o pior método, pois isso o deixa ainda mais ansioso e com surtos ainda mais intensos.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

ENFRENTANDO O BULLYING



Bullying não é um fenômeno recente. Crianças com síndrome de Tourette são especialmente vulneráveis a este tipo de maus tratos. Se não testemunhamos diretamente ou se a criança nega ser uma vítima, não significa que não está acontecendo.

O bullying destroi a autoestima da criança. Ele cria o medo, a ansiedade e uma dor incrível. Ele deixa a criança com cicatrizes emocionais que durarão por toda a vida.

Pais e educadores têm a obrigação de fazer tudo o que podem para parar o bullying. Eles devem tomar todas as medidas possíveis para impedir este tipo de abuso que lentamente vai destruindo vidas.

Abaixo, elencamos algumas maneiras muito específicas ao modo como o assédio moral pode e deve ser abordado por pais e professores:

Pais
- Ouvir o seu filho e olhar para as mudanças no comportamento.
- Ensinar palavras específicas para uso em resposta à provocação.
- Dar ideias sobre como o seu filho pode ficar longe das crianças que estão praticando bullying.
- Manter um registro de datas, horários em que esteve envolvido no bullying.
- Falar com o professor sobre isso.  Se nada acontecer, contate o coordenador.
- Informar ao diretor que você espera que isso seja tratado muito severamente.
- Certifique-se que as outras crianças foram ensinadas sobre ST e seus sintomas.

Professores
- Ver e ouvir com atenção o que está acontecendo em sua sala de aula.
- Manter um olhar atento sobre as crianças que são parecem ter problemas sociais, que parecem ser solitárias.
- Discutir essas crianças com pessoal de apoio - orientadores, assistentes sociais, etc .
- Tentar envolver esses jovens em grupos de aconselhamento ou amizade.
- Educar os colegas sobre a Síndrome de Tourette.
- Tornar conhecido que provocações e assédio moral não serão tolerados.
- Incentivar as crianças que estão sendo incomodando a discuti-lo com você.
- Definir um tom de aceitação da criança com ST na sua sala de aula.

Fonte: blog Nossas Vidas com Tourette

terça-feira, 16 de julho de 2013

HIPERFOCO, O LADO BOM DA TDAH


Auber, nosso colaborador, já sofreu em grau relativamente alto de TDAH, "mas sem o H - de hiperatividade -" ressalta, quando mais jovem. Hoje, aos 45 anos, os sintomas praticamente desapareceram, exceto por um detalhe: o hiperfoco.

Ele diz que é comum entre os portadores do transtorno concentrarem-se de tal forma em algo que lhe desperte muita atenção que se é capaz de ignorar o que se passa à volta. Com bastante treinamento de concentração, é possível ativar voluntariamente o chamado hiperfoco para realizar uma atividade importante.

O próprio Auber descreve uma situação que lhe ocorreu há alguns anos, que exemplifica o que é o hiperfoco:

"Gosto muito de ler e, em meu apartamento, o faço preferencialmente na sacada, deitado na rede. Fico horas a fio ali, recostado, entretido com as palavras.

Certa vez, estava lendo um jornal aqui de Porto Alegre e me chamou a atenção um acidente terrível que ocorrera na cidade: um microônibus teve um problema mecânico, numa descida, cruzou para a pista contrária, atingiu de frente um automóvel, bateu em outro, estacionado, e capotou sobre a calçada. Felizmente, ninguém se feriu com gravidade. Mas a coisa toda foi muito grande.

Ao ver o texto, percebi que o acidente acontecera na rua onde moro. Observando os detalhes da foto, vi que tinha ocorrido na frente do meu prédio, bem embaixo da sacada (moro no 5º andar).

Mas o choque mesmo se deu quando vi o horário do acidente: exatamente o mesmo em que eu estava deitado na rede, lendo. A muvuca toda aconteceu a uma centena de metros de mim e eu não percebi coisa alguma!!!"

quinta-feira, 11 de julho de 2013

TERAPIA ALTERNATIVA AOS MEDICAMENTOS


A terapia de reversão de hábito é um tipo de terapia comportamental que provou ser bem-sucedida em pacientes que sofrem de síndrome de Tourette em grau não severo. A terapia tem cinco componentes: treinamento de consciência, treinamento de resposta competitiva, gerenciamento de contingência, treinamento de relaxamento e treinamento de generalização.

Especialistas acreditam que a parte da resposta competitiva é a chave para o sucesso da terapia. Um paciente que sofre de tics é treinado a identificar melhor quando um tic irá ocorrer. Quando ele tem um impulso ao tic, realiza uma resposta competitiva: geralmente uma ação que usa os mesmos músculos que o tic usaria.

Por exemplo, se ele sofre de um tic de encolhimento dos ombros, uma resposta competitiva seria esticar os músculos do pescoço e empurrar os ombros para baixo.

Fonte: UOL

terça-feira, 9 de julho de 2013

DOENÇAS NEUROLÓGICAS E ALTERAÇÕES DA PERSONALIDADE


Há pessoas que, depois de alguma condição médica, seja clínica, degenerativa, infecciosa ou traumática (ou ainda psicológica, neurológica ou existencial), mudam sua maneira de ser. Algumas vezes de forma definitiva, outras – felizmente, a maioria – temporariamente. É como se passasse a ser outra pessoa, com reações e comportamentos bem diferentes daqueles que a caracterizavam antes.

Para a psiquiatria, o termo "personalidade" se refere à totalidade de traços emocionais e comportamentais que caracterizam o indivíduo na vida cotidiana. Transtorno de Personalidade seria uma variação destes traços além da faixa de variação encontrada na maioria das pessoas.

Mais de 50% do córtex cerebral é constituído por áreas límbicas e de associação. Assim, é fácil deduzir que as patologias que acometem o cérebro são aquelas que mais alteram a personalidade da pessoa. Se a estrutura cerebral é comprometida, sem dúvida alguma, haverá repercussões sobre a função do órgão e, obviamente, sobre o psiquismo.

A perturbação na Alteração da Personalidade representa uma mudança no padrão prévio de personalidade característico do indivíduo. Isso quer dizer que a personalidade da pessoa vinha com determinado perfil de traços e de caráter e, de um momento em diante, apresentou mudanças nesse padrão, consequentemente mudando as reações e comportamentos.

Essa perturbação da personalidade para receber tal diagnóstico, deve causar sofrimento ou prejuízo significativo no funcionamento social, ocupacional ou em outras áreas importantes.

As manifestações comuns incluem instabilidade afetiva, dificuldade no controle dos impulsos, episódios de agressividade ou raiva em nítida desproporção com estímulos desencadeantes, acentuada apatia que aparece de repente, certa desconfiança, podendo chegar à paranóia em casos mais graves. A pessoa com Alteração da Personalidade é descrito pelos outros como "não sendo ela mesma".

O tipo de AP chamado de instável tem uma característica predominante de instabilidade afetiva, intercalando com certa rapidez momentos de depressão e de hipomania, de ânimo pouco acima do normal com desânimo, de interesse com desinteresse. Esse tipo de alteração é mais comum em pessoas com lesões afetam os lobos temporais.

Já o tipo agressivo tem como característica predominante um comportamento violento, com crises de agressividade e irritabilidade. É mais comum na dependência química e após traumatismo craniano. O tipo apático é caracterizado por acentuada apatia e indiferença. E o tipo paranóide é aquele cuja característica predominante é a presença de desconfiança ou ideação paranóide

Fonte: Psiqweb

quinta-feira, 4 de julho de 2013

DOPAMINA SERIA A GRANDE VILÃ?


Estudos apontam que anomalias nos neurotransmissores, especificamente quantidades excessivas do neurotransmissor dopamina, podem estar envolvidas na síndrome, o que alguns sugerem que talvez seja o mecanismo primário da síndrome de Tourette.

A dopamina atua no cérebro para ajudar a regular movimentos e emoções. Portanto, qualquer distúrbio pode alterar esses fatores. Níveis diminuídos de dopamina foram apontados como causa do mal de Parkinson doença caracterizada por movimentos lentos, paralisia facial, tremores e fraqueza generalizada.

Em pacientes com quantidades excessivas de dopamina, são esperados sintomas de contrações musculares involuntárias súbitas e espasmódicas, como aqueles da síndrome de Tourette.

terça-feira, 2 de julho de 2013

EEG, MRI, PRA QUE?



Se não há nenhuma evidência para confirmar o diagnóstico da síndrome de Tourette, por que os neurologistas costumam solicitar que o possível portador de ST faça um eletroencefalograma (EEG) e ressonância magnética (MRI)?

Segundo a drª. Cathy Budman, do Centro Psiquiátrico para os Transtornos do Movimento da Universidade de North Shore (EUA), o diagnóstico da síndrome permanece essencialmente clínico, sempre excluindo outras possíveis causas que dão movimentos involuntários e/ou tiques vocais. Não há exame de sangue ou outros testes de laboratório para confirmar o diagnóstico da síndrome de Tourette.

No entanto, é da responsabilidade do médico descartar outras causas potenciais de sintomas, com base em um olhar cuidadoso sobre a sua história clínica e exame físico. Por exemplo, um EEG pode ser útil para excluir convulsões, e MRI pode excluir a presença de alguma anomalia no cérebro.

Fonte: Blog Mis Tics