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segunda-feira, 30 de abril de 2012

COCA COLA E CAFÉ PODEM PIORAR OS TIQUES

Recentemente, foram publicados resultados de um estudo cujo objetivo é aumentar o conhecimento sobre a influência de determinadas bebidas na ST. Um questionário padronizado foi enviado para 887 pessoas recrutadas através do ambulatório de Hannover (Alemanha).

Foi encontrada correlação positiva em termos de agravamento de tiques provocados por bebidas que contêm cafeína e tanino. Os resultados mostraram que 34% e 47% dos entrevistados, respectivamente, ressaltaram que o café e bebidas do tipo Coca Cola pioraram seus tiques. Especula-se que as substâncias podem estimular um sistema dopaminérgico hiperativo. Para os brasileiros, especificamente, o mesmo vale para o chimarrão e o tererê.

No entanto, apenas com esses dados preliminares ainda não é possível fazer recomendações gerais a respeito de dietas especiais e restrições alimentares aos portadores de ST. Mas é um começo.

Fonte: Escola Médica de Hannover

sexta-feira, 27 de abril de 2012

UM POUCO SOBRE TRANSTORNO DESAFIADOR OPOSITIVO


O transtorno desafiador opositivo (TDO) envolve um padrão recorrente de negativista, desafiador, desobediente e hostil direcionado para figuras de autoridade. Embora esta desordem tem significado clínico importante, muito pouco se sabe sobre ela, provavelmente porque muitos especialistas consideram uma variante ou uma manifestação de transtorno de conduta.

Neste sentido, deve salientar-se que o transtorno desafiador opositivo tem um risco aumentado de comportamento desenvolver transtorno de conduta e manifestar uma personalidade anti-social na idade adulta, mas para não ser identificado com transtorno de conduta em si.

Estima-se que o TDO tem uma prevalência na população varia entre 2 e 16%. Quase 75% dos casos estão associados com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, tanto que entre 40 e 60% das crianças diagnosticadas com TDAH terminam desenvolvendo um comportamento desafiador opositivo.

O Manual Diagnóstico de Transtornos Mentais especifica quais são os principais sintomas do transtorno desafiador opositivo:

1. Se irrita facilmente;

2. Discute com adultos;

3. Desafia ou se recusa adultos atender suas ordens;

4. Deliberadamente irrita os outros;

5. Acusa os outros por seus erros ou mau comportamento;

6. É suscetível ou facilmente aborrecido pelos outros;

7. Tem raiva e ressentimento;

8. É rancoroso ou vingativo.

Existem evidências de prejuízo clinicamente significativo no funcionamento social ou acadêmico. Os comportamentos não ocorrem exclusivamente durante o curso de um transtorno psicótico ou um transtorno de humor. A diferença essencial entre transtorno desafiador opositivo e outras condições é que estas crianças não violam a lei ou os direitos fundamentais dos outros.

Fonte: blog Síndrome de Tourette Gran Canaria

quarta-feira, 25 de abril de 2012

DEPOIMENTOS SOBRE A ST: QUE LHE SIRVAM A PENSAR


Nos muitos fóruns de discussão sobre a síndrome de Tourette na internet, coletamos alguns depoimentos de portadores da doença pra ajudar àqueles que têm o mau hábito de rir ou discriminar quem tem ST. Quem sabe, lendo as descrições de constrangimentos e sofrimento dessas pessoas, a mentalidade possa, aos poucos, ir mudando e um mundo novo comece a se abrir pra nós. Os nomes foram trocados:

Fernando: Eu tenho muitos tiques. Piscar os olhos, sacudir a cabeça, emitir som da garganta ("hum hum hum"), mexer os ombros, entortar os olhos, e mais alguns.

Cleide: sem querer, percebi que estou fazendo "hum, hum, hum". Se alguém nota, finjo que estou cantando. Eu também tenho síndrome do pânico. Outro dia, ao saber que um irmão seria, finalmente internado, desatei a chorar, gritar no hospital e... Perdi a memória! Acordei muito mais tarde em casa, sem saber o que ocorrera... Acho que foi muito stress ou pânico, sei lá. Cheguei no limite, estou procurando um clínico-geral que me analise e encaminhe para um neurologista ou psicólogo.

Alberto: eu tenho tiques sempre principalmente quando fico nervoso. Suo muito. Me canso rapidamente e viro muito o pescoço. Eu sou poeta, mas tem um bom tempo que não escrevo pela dificuldade de controle dos tiques. Nem ler sossegado eu posso mais. Mas não me desespero. Eu canto, danço, jogo vôlei, luto capoeira, tenho uma vida normal e tenho uma família que me apoia e muitos amigos que me amam como eu sou. Preconceito sempre se encontra, mas não dou bola. Estou de bem comigo mesmo.

Cláudio: eu esbugalho os olhos, mexo o nariz, pisco sem parar, mexo o pescoço, esfrego um dedo no outro (na mão e pé). Tento não pensar neles. Sempre que lembro, eles voltam.

Ana Lúcia: tenho desde os 5 anos. Quando minha mãe me levou ao médico, ele falou que o problema era com minha mãe, que eu não tinha nada. Aí, ela conversou com minha madrinha, elas acharam um absurdo. Daí, então, minha madrinha pesquisou e descobriu o que eu tinha. Desde então fui em muitoooooooooooooooooos médicos, tomei váááários medicamentos, principalmente calmantes. Já tomei Ziprexa, Apraz, Risperidona, Lexotan, Rivotril, Anafranil, Tofranil, Assert, Haldol (inclusive fui parar no Hospital, por causa da impregnação que ele causa), fora os muitos outros que já tomei que não lembro agora. Atualmente, uso o Orap 1 mg, que no começo do tratamento deu muito certo, porém agora não está mais adiantando.

Alguns dos meus tiques são: bater a cabeça para frente, enrugar a testa, pular, gritar, pigarrear, raspar a garganta, estralar os dedos, curvar pra frente quando estou andando, juntar os ombros para trás. Fora os TOCs que são: contar escadas, azulejos. Se encosto a mão em algum lugar tenho que encostar a outra; se apago a luz e vejo que ela está apagada, passo a mão no interruptor pra ver se realmente está apagada, entre outros.

Sobre preconceitos, já sofri vááááários. Na escola então, nem falo. Na rua, as pessoas me olham diferente, fora quando me perguntam se estou passando mal. Já cheguei muitas vezes em casa chorando, muito chateada. Mas minha famíla inteira entende, já sabem do problema, me apoia demaaaaisss. Isso é o que mais nos anima.

Kelly: desde pequena, eu tenho mania de cheirar coisas, principalmente comidas; xingar; quando fico com raiva me mordo bato a cabeça na parede. Sempre tive baixa autoestima, sempre tive a mania de triscar as coisas com o pé pra ficar igual; contorcer o pescoço; cheirar o lábio superior. Já percebi algumas vezes umas coisas estranhas na minha voz, tipo mudança de entonação, gaguejos ou às vezes afinava demais. Agora estou tendo outros trecos: quando eu vou ao banheiro eu me contorço e às vezes começo a pular!!! Tenho mania de quando eu estou procurando uma coisa, olhar nos lugares várias vezes, mesmo sabendo que já olhei lá e não estava. E a dificuldade em apredizagem! E o pior que eu so vim descobrir agora, com 17 anos!!!

Amuar: geralmente, eu tenho dado mordidas constantes na mão e desde pequeno eu tenho descargas involutárias envolvendo braços, mãos e pernas. Também minha linguagem; quando eu era pequeno, era mais evoluída do que as das outras crianças, apesar de falar TANTA besteira e sem querer largar um palavrão.

Edson: quando criança, tomei um murro na boca porque eu tinha tiques. Depois diminuiu. Aí, da adolescencia até agora é só aquele sofrimento. Já tive vontade de matar algumas pessoas, mas aí passa porque percebi que quem ri é gente tola. Coitados! E parece que essa doença deixa a gente mais hábil com outras coisas, viu? E o brabo também é que escolhi ser professor, aí os alunos ficam me zoando, mas logo ajudo-os a aprenderem a respeitar os problemas pois sempre se pode apontar pros outros e ver defeitos. Todo mundo tem.

Quando criança, meus tiques eram com os lábios e os olhos; agora é com a cabeça pro lado umas cinco vezes seguidas e o ombro também. Já tive outros, mas aprendi a controlar concentrando e meditando.

Mário: já tive 1 milhão de tiques. Hoje em dia, tenho um de puxar a pálpebra do olho, faço de um jeito como se estive coçando o olho para disfarçar, mas não me importo muito, não. Tenho vários amigos, alguns tiram onda, ai eu mando se F... e tá tudo certo. Não se pode viver em função disso porque se nao você não vive, o mais complicado é ficar administrando a vontade em horas que você não pode fazer mesmo. Isso sim leva o cara à loucura!

Na foto, a atriz Kristen Stewart (da saga Crepúsculo) e um de seus muitos tiques

segunda-feira, 23 de abril de 2012

APENAS UMA REFLEXÃO


Incontrolável!!!


É assim que a maioria, senão todas as pessoas que têm síndrome de Tourette descrevem como é conviver com os tiques.

Aos olhos de quem observa, é angustiante perceber que um ser humano movimenta-se e emite sons que o fazem chegar ao seu limite de exaustão. Algumas vezes, quando os tiques começam, quanto mais se tenta controlar, mais fortes e insuportáveis eles são manifestados.

Quando adultos, há um "controle na falta de controle". Com o passar dos anos, com a educação e a repressão social, aprende-se a mascarar os tiques. Disfarçá-los. A cobrança do meio por uma postura correta impede que os tiques sejam expressos livremente, então, o corpo reage se tensionando, prendendo o tique e encouraçando a vontade.

Aí vem dores, muitas vezes insuportáveis, de nódulos de tensão. Horas de tanto fazer, horas por conter. E o que acontece, então, com quem não consegue ter esse pequeno "auto-controle" do disfarce?

Infelizmente, não são raros os casos de discriminação. Exclusão de vínculos de amizades, falta de oportunidade de emprego e vergonha de quem não tem como evitar a companhia de quem vive com tiques.

Felizmente, porém, há muitas pessoas boas que auxiliam, ajudam, apoiam e entendem que a pessoa não é a síndrome de Tourette, mas apenas a tem.

É inevitável que as pessoas que cercam alguém com tiques vivenciem também sentimentos e emoções difíceis de serem trabalhadas. Raramente, quem convive com alguém com síndrome de Tourette fica indiferente frente a esta problemática.

As reações mais encontradas são de superproteção ou rejeição. Os que lidam com maior normalidade ou que apoiam e auxiliam o portador são os que têm mais acesso ao conhecimento do que se trata e como se ameniza a síndrome.

Dentre outros fatores, este é o maior motivo pela importância da divulgação da síndrome. Tornar entendível aos leigos que quem tem tiques consegue lidar melhor com eles se for menos julgado, discriminado, satirizado e diferenciado.

Extraído do blog Psicologia Para Todos

sexta-feira, 20 de abril de 2012

EFEITOS COLATERAIS: COMO PROCEDER

Mantenha seu médico sempre informado dos sintomas e reações que você sinta após o início da medicação. Relate tudo, mesmo aquilo que você julga não ser proveniente do medicamento. O psicofármaco age no sistema nervoso central e pode provocar efeitos colaterais físicos (náuseas, vômitos, sonolência, insônia, urticária, tremores, tonteiras, cefaléia, entre outros) e psíquicos (ansiedade, inquietação, desânimo, pessimismo, irritabilidade, tristeza, etc).

Somente o médico terá condições para julgar se os sintomas são ou não decorrentes do tratamento, já que muitos efeitos colaterais podem se confundir com os sintomas da doença que está sendo tratada.

Não se assuste com os sintomas descritos nas bulas (pense que até uma simples aspirina pode matar), procure conversar com o médico sobre a sua experiência com aquele medicamento para ver se os efeitos relatados na bula são ou não comuns na prática. A bula contém todas as informações sobre o produto, inclusive aquelas raras e que ocorreram na freqüência menor do que 1%.

Não interrompa o medicamento bruscamente. Geralmente os efeitos colaterais são leves e transitórios, ocorrendo no início do tratamento e desaparecendo após uma semana de uso, pois é o tempo que o organismo leva para se acostumar com a ação do medicamento.

Fale com o médico sobre remédios paliativos que possam ser utilizados no caso de efeitos adversos, como analgésicos, antieméticos e protetores da mucosa gástrica. Na maioria dos casos esses medicamentos podem ser usados, mas não é recomendável que o paciente faça uso de qualquer medicação sem obter antes a orientação do médico.

Fonte: psiquiatra Leonardo Figueiredo Palmeira

quarta-feira, 18 de abril de 2012

A GRAVIDADE DO TOC

O TOC é considerado uma doença mental grave por vários motivos:

- está entre as dez maiores causas de incapacitação, de acordo com a Organização Mundial de Saúde;

- acomete preferentemente indivíduos jovens ao final da adolescência – e muitas vezes começa ainda na infância – sendo raro seu início depois dos 40 anos;

- geralmente é crônica e, se não tratada, na maioria das vezes se mantêm por toda a vida. Os sintomas raramente desaparecem por completo. O mais comum, quando não é realizado nenhum tratamento, é que apresentem flutuações ao longo da vida, aumentando e diminuindo de intensidade, mas estando sempre presentes em algum grau;

- Em aproximadamente 10% dos casos, tendem a um agravamento progressivo, podendo incapacitar os portadores para o trabalho e acarretar sérias limitações à convivência com a família e com as outras pessoas, além de submetê-los a um grande e permanente sofrimento.

Felizmente, têm sido desenvolvidos novos métodos de tratamento, utilizando medicamentos e psicoterapia (terapia cognitivo-comportamental), que conseguem reduzir os sintomas e, muitas vezes, eliminá-los completamente.

Fonte: Riostoc

segunda-feira, 16 de abril de 2012

PESQUISADOR MEXICANO FAZ UM ALERTA AOS CASAIS


O pesquisador da Universidade Nacional Autônoma do México (Unam), Rodolfo Solís Vivanc, faz um alerta aos casais em que um dos membros tem síndrome de Tourette. Diz ele:

"Os filhos homens tendem a padecer mais de Tourette, numa proporção de quatro a um com respeito às mulheres. Encontramos uma tendência clara que os descendentes de pais com síndrome de Tourette têm mais risco de adquirí-lo, que aqueles cujos progenitores não o possuem.


Este padecimento agrava-se se o filho se submete a períodos de estresse e inclusive o mesmo sucede com jovens que têm que tomar decisões importantes em sua vida."

sexta-feira, 13 de abril de 2012

VERDADES E MITOS SOBRE O TDAH


O conhecimento acerca do TDAH tem sido cercado de idéias falsas, desprovidas de embasamento científico. A ciência, na sua busca pelo conhecimento da natureza, faz exigência de alguns critérios e usa de rigor para assegurar que um determinado acontecimento seja uma verdade científica.

Importante lembrar que, diante de um fato isolado observado, não devemos apressadamente inferir que o fato antecedente gerou o fato posterior até que várias repetições do fenômeno em circunstâncias idênticas tenham se repetido, e que se possa estabelecer um vínculo lógico entre os acontecimentos em jogo.

Vamos examinar algumas falsas crenças que as pessoas têm mantido em relação ao TDAH:


"O TDAH é um distúrbio fantasma, não existe. Na verdade, criaram uma boa desculpa para pais e professores justificarem suas dificuldades de educar e de colocar limites a certas crianças mais difíceis que as outras.”

Resposta: O transtorno tem sido descrito tanto na cultura ocidental quanto na oriental. Os estudos com gêmeos e com crianças adotadas mostram que o papel predominante é do fator hereditário, cabendo ao ambiente uma participação menos expressiva na gênese do problema.


“As crianças com TDAH não são diferentes das demais. Nenhuma criança consegue ficar quieta ou prestar atenção por muito tempo seguido.”

Resposta: É verdade que as capacidades de controle da atividade motora, dos impulsos e da capacidade vão se desenvolvendo no período da infância. A diferença entre uma criança com TDAH e outra talvez não possa ser bem percebida na hora do recreio da escola, quando é de se esperar que todas as crianças estejam correndo, pulando ou gritando.

Porém, ao soar a campainha do fim do recreio, quando todos retornam à sala de aula, aí podemos observar que uma determinada criança sistematicamente não consegue parar, e nas aulas é frequentemente incapaz de sustentar a atenção, desviando a sua atenção para outros estímulos com maior facilidade do que as demais.

A diferença é quantitativa e não qualitativa. Quer dizer, tudo que uma criança com TDAH mostra no seu comportamento as demais também apresentam, só que naquela que tem TDAH isto aparece de uma forma mais intensa, frequente e trazendo inúmeros prejuízos em todas as esferas de sua vida, escolar, familar e social.

“O TDAH é um transtorno muito mais comum no sexo masculino.”

Resposta: Durante muitos anos o componente da hiperatividade foi considerado o fato mais importante nesse transtorno e, como os meninos costumam apresentar mais hiperatividade que as meninas, acreditou-se que esse problema seria bem mais comum no sexo masculino.

Em 1980, a denominação utilizada passou a ser Distúrbio do Déficit de Atenção. Com essa mudança, as dificuldades de atenção destronaram a hiperatividade. O que ficou evidente é que nas meninas o tipo clínico que cursa sem hiperatividade é mais comum.

Por essa razão, por ser menos ruidoso, esse tipo pode passar mais tempo sem ser identificado, ou ser facilmente confundido com outras condições, como depressão, deficiência intelectual leve, problemas psicológicos, etc.

“Os sintomas de TDAH geralmente desaparecem espontaneamente no final da adolescência.”

Resposta: Era exatamente isso que se pensava enquanto o fator hiperatividade era o mais importante no quadro clínico, pois existe uma tendência da hiperatividade declinar com o passar dos anos, ao passo que os sintomas de desatenção tendem a persistir.

Na verdade, nem sempre a hiperatividade desaparece, ela apenas evolui de acordo com a idade. Por exemplo, uma criança hiperativa pula sem parar, sobe nos armários da casa, corre de um lado para outro. Quando essa mesma pessoa chega à idade adulta, não é de se esperar que ela continue com o mesmo comportamento, mas podemos ver que ela está sempre andando de um lado para outro, faz tudo como se estivesse com muita pressa, não consegue deixar as mãos paradas, assume inúmeras tarefas simultaneamente, sem conseguir finalizar a maioria delas, tem dificuldade de planejamento, seguir metas e de se organizar de uma maneira geral.

“Se uma criança com TDAH consegue fazer com muita atenção uma atividade do seu interesse (videogame, por exemplo) e não consegue fazer os deveres escolares, a razão para isso parece ser uma falta de vontade ou motivação.”

Resposta: Na verdade o termo “déficit de atenção” não descreve fielmente o que ocorre e provavelmente será substituído no futuro, pois o que ocorre com essas pessoas é uma inconstância ou má-regulação da atenção. Existe um prejuízo na capacidade de a pessoa dirigir sua própria atenção, ou seja, uma dificuldade na atenção voluntária.

Muitas dizem que tentam se esforçam para ler, estudar, mas não conseguem. É claro que depois de algum tempo essas pessoas vão de antemão evitar ou desistir antes mesmo de iniciarem essas tarefas tão penosas para elas.

Na verdade a criança com TDAH costuma, em alguns casos, concentrar-se com maior facilidade em atividades mais dinâmicas, mais motivantes, lúdicas e pouco repetitivas. A isso costuma-se chamar de Hiperfoco.

“Os medicamentos usados no tratamento do TDAH provocam efeitos colaterais sérios e podem causar dependência.”

Resposta: A maioria dos especialistas com experiência no acompanhamento de pessoas com o transtorno, afirmam que os medicamentos utilizados para o tratamento do TDAH são eficazes e seguros. É evidente que qualquer medicamento pode produzir efeitos adversos, e os medicamentos para o TDAH não fogem a essa regra. Devem ser administrados por profissional com experiência no seu manejo.

“O uso de medicação para tratar o TDAH pode predispor a criança se tornar um dependente de outras drogas no futuro.”

Resposta: Estudos já foram realizados acompanhando as crianças que tinham feito uso de medicamentos para TDAH, e comparando esse primeiro grupo com outro grupo de crianças que, por qualquer razão, não tinham feito tratamento para TDAH. O resultado é que a ocorrência de abuso de drogas na juventude revelou-se maior ou idêntico no grupo não tratado para TDAH, o que mostra que o tratamento medicamentoso, na verdade, não é capaz de induzir ao abuso de drogas.

“Apresentar TDAH na infância traz poucas consequências para a vida da pessoa e por isso não se justifica um tratamento nessa idade.”

Resposta: Alguns casos de TDAH menos intensos, quando acompanhados de alto nível intelectual e ambiente familiar bem estruturado (fatores de resiliência ou proteção), podem passar pela vida sem que o transtorno cause grandes prejuízos na sua qualidade de vida.

Todavia, na maior parte dos casos, o TDAH compromete seguramente a qualidade de vida da pessoa, e sem dúvida, isto significa que ela seria capaz de desenvolver melhor o seu potencial se tivesse em tratamento para TDAH.

Prejuízos na auto estima, rendimento escolar e profissional abaixo da real capacidade, conflitos com colegas e cônjuges, maior comorbidade com outras doenças, como depressão, ansiedade, dentre outras, maior tendência maior a ter múltiplos casamentos, gestações indesejadas, abuso de álcool e drogas, são algumas das possíveis conseqüências que a falta do tratamento do TDAH traz para a vida das pessoas.

“TDAH e hiperatividade são sinônimos. Todas as crianças com TDAH são hiperativas.”

Resposta: Os sintomas de hiperatividade só estão presentes no tipo combinado e predominantemente hiperativo. No tipo predominantemente desatento não está presente o sintoma de hiperatividade.

“Um tratamento à base apenas de medicamentos pode resolver satisfatoriamente quase todos os casos de TDAH.”

Resposta: O tratamento do TDAH está baseado em um tripé de ações: psicoeducação (informação sobre o transtorno), psicoterapia (nos casos em que há prejuízo psicológico) e medicação.

fonte: blog Nossas Vidas com Tourette

quarta-feira, 11 de abril de 2012

3 MINUTOS DE LIBERTAD

Luis Lehman
(Buenos Aires, Argentina)


Todos los días por la mañana cuando despierto, son tres los minutos durante los cuales, quizá porque todavía estoy dormido y mi cerebro también, me siento libre de todo, de pensamientos, emociones, y sobre todo… del Síndrome. Los primeros tres minutos al abrir los ojos, es como haber nacido de nuevo.

Siento lo que sé que no voy a sentir nunca más durante el día:  que no tengo ganas de hacer tics. Es como si por ese breve lapso me regalaran un momento de paz, de quietud en las aguas del océano de la mente. Respiro hondo y fijo ese momento cual observando un paisaje increíblemente bello pintado en un cuadro, de un lugar al cual uno sabe que jamás podrá viajar. Guardo ese sentimiento como un recuerdo en lo profundo de mi alma, como quien guarda celosamente una joya en el lugar secreto y predilecto de su casa.

Porque sé, que en solo un momento, se comenzarán a agitar las aguas, y vendrán ellos, lo tics y lo pensamientos inevitables. Comienza el día y hay una única dirección hacia donde ir, y es  hacia adelante. Allí en el horizonte, me esperan los próximos tres minutos.

Pero mientras tanto, todo un día de vida, con sus desafíos, sus momentos buenos y momentos malos, que en definitiva solo nos demuestran una cosa muy simple pero a la vez importante: que estamos vivos.

Y si soy sincero tengo que aceptar que vivir con el Síndrome me enseñó muchas cosas, a tal punto que no sé si quisiera comenzar de nuevo sin Él. Porque viviendo así aprendí…

… que la vida está llena de adversidades, y que todas de alguna manera, pueden ser enfrentadas…

… que no existe una solución única para un mismo problema. Que si nos animamos podemos llegar a lo mismo que los demás, por otro camino…

… a sentir empatía y entender a todo aquél que todos los días sufre por algo que no puede sacarse de encima como un sombrero…

… a ser luchador, a ser de los valientes que se animan a superar barreras que todos dicen que son infranqueables…

Él ha sido no una tortura si no al final un gran maestro.

De todas formas, se que voy a esperar a mis próximos tres minutos, y los voy a disfrutar como nadie, porque se que nadie mejor que yo sabe cuanto valen.


Luis Lehmann é médico especialista em diagnóstico por imagem, portador de ST e editor do blog Mis Tics

segunda-feira, 9 de abril de 2012

COMO É E PRA QUE SERVE A TCC

A psicoterapia cognitivo-comportamental (TCC) é um tipo de psicoterapia onde o mais importante não é descobrir a causa de determinado comportamento ou sintoma, mas sim como mudar esse comportamento ou sintoma. Funciona quase como um treinamento. Quase sempre tem tempo de duração determinado, geralmente de 4 a 6 meses, com uma sessão por semana.

Exemplo das técnicas de mudança de comportamento:

- Reversão de hábito para aumentar a percepção do paciente de cada episódio que traz desconforto e da capacidade de interromper isso por meio de uma resposta mais adequada.

- Aumentar a consciência para identificar os fatores desencadeantes e as seqüências de acontecimentos associados com determinado sintoma ou comportamento.

- Monitoramento e registro de cada ocorrência, anotando informações como dia e hora, localização, pensamentos, sentimentos, etc., que podem ser úteis ao tratamento.

- Utilização de uma resposta adequada para controlar a reação.

- Motivação para a manutençao do tratamento.

- Treinamento de relaxamento.

- Controle de stress: como quase todos os sintomas de quase todas as doenças costumam aumentar ou reaparecer em fases de mais stress, a TCC também pode ensinar maneiras eficientes de controlar o stress (controle de respiração, relaxamento muscular e técnicas cognitivas para ajudar o controle da angústia).

- Prevenção de recaídas: o paciente aprende a lidar com os fatores desencadeantes de recaídas.

A TCC é especialmente útil (mas não apenas) em:

- Transtorno Obsessivo-Compulsivo

- Transtorno de Síndrome do Pânico

- Fobia Social ou Transtorno de Ansiedade Social

- Síndrome de Tourette

- Déficit de Atenção com ou sem Hiperatividade

- Depressão

Fonte: Mentalhelp

sexta-feira, 6 de abril de 2012

DICA DE LIVRO: VENCENDO O TRANSTORNO OBSESSIVO-COMPULSIVO


Esta segunda edição de Vencendo o transtorno obsessivo-compulsivo, do psiquiatra Aristides Cordioli, traz importantes atualizações dos conhecimentos relativos à neurobiologia, às teorias psicológicas do TOC e, sobretudo, às técnicas psicoterápicas desenvolvidas desde o lançamento da primeira edição.

São também novidades a inclusão de resumos e destaques ao final de cada capítulo, facilitando a revisão e a memorização dos tópicos mais importantes, e a criação do Caderno de Exercícios, seção que reúne diversos formulários que auxiliarão o paciente a registrar sistematicamente as tarefas de casa e avaliar seus progressos ao longo da terapia.

Escrita em linguagem simples e envolvente e enriquecida com diversos exemplos clínicos, esta obra pode ser usada tanto por portadores de TOC e seus familiares como por psiquiatras, psicólogos e estudantes dessas áreas.

Pra adquirir o livro, clique aqui.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

INVOLUNTÁRIO OU INCONVENIENTE?


Embora a palavra "involuntário" seja usada para descrever a natureza dos tiques, isso não é inteiramente correto, segundo alguns estudiosos do assunto. Não seria verdade dizer que as pessoas com ST não têm absolutamente qualquer controle sobre seus tiques, como se fosse algum tipo de espasmo

Defendem que um termo mais apropriado seria "inconveniente". Pessoas com Tourette sentem uma vontade irresistível de realizar os seus tiques, tal qual a necessidade de coçar uma picada de mosquito. Elas são capazes de reter os seus tiques por horas em um momento, mas isso só leva a uma forte explosão de movimentos, uma vez que estão finalmente autorizados a serem manifestados.

Fonte: Tourette Association of Canada

segunda-feira, 2 de abril de 2012

TRATAMENTO DO TDAH

O tratamento do TDAH deve ser combinado e integrado, por meio de medicamentos, orientação aos pais e professores, e técnicas específicas que são ensinadas ao portador.

A medicação é parte muito importante do tratamento. Em 80% dos casos ajuda a pessoa a concentrar-se, a terminar suas tarefas sem interrupções, reduz a impulsividade e a agitação.

Os medicamentos mais comumente utilizados no Brasil são:

- Metilfenidato

- Imipramina

- Nortriptilina

- Bupropiona

- Clonidina

A terapia cognitivo comportamental (TCC) é indicada para o tratamento do TDAH com ótimos resultados. Não existe até o momento nenhuma evidência científica de que outras formas de psicoterapia auxiliem nos sintomas do transtorno.

O tratamento com fonoaudiólogo está recomendado nos casos onde existe simultaneamente transtorno de leitura (dislexia) ou transtorno da expressão escrita (disortografia). Apesar do TDAH não ser um problema de aprendizado, as dificuldades em manter a atenção, a desorganização e a inquietude atrapalham o rendimento nos estudos.

É importante que os professores conheçam técnicas que auxiliem os alunos com TDAH a ter melhor desempenho. Em alguns casos é necessário ensinar ao aluno técnicas específicas para minimizar as suas dificuldades.

Fonte: Banco de Saúde