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sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

(continuação) INCONTINÊNCIA VERBAL

Drauzio - O caso de crianças que soltam palavrões no meio da conversa pode provocar um problema de relacionamento social sério. Elas têm consciência de que estão falando palavrões?

Ana Gabriela Hounie – Têm consciência, mas não sabem por que fazem isso. Muitas vezes, principalmente se o padrão moral for muito rígido, a família acha que é má-criação e castigam até fisicamente as crianças. No entanto, para conduzir o tratamento é fundamental diferenciar se a criança está falando palavrão porque quer ou se é uma coisa involuntária, um tique.

Drauzio – Como surgem os palavrões? Aparecem isoladamente ou intercalados na frase?

Ana Gabriela Hounie – São intercalados nas frases. Num programa que passa na TV a cabo, Ally McBeal, há uma personagem com Síndrome de Tourette que deixa claro como isso acontece. Assim como a pessoa com tiques pode piscar os olhos, pode falar um palavrão entre uma palavra e outra. Apesar de serem o sintoma mais famoso dessa síndrome, os palavrões só ocorrem em 30% dos casos.

Drauzio – São só as crianças que apresentam esse tipo de incontinência verbal?

Ana Gabriela Hounie – Não, os adultos também podem apresentá-lo, mas como só 1/3 dos casos da Síndrome de Tourette permanece na idade adulta, o número de pacientes adultos com esse sintoma é bem menor. Nos outros 2/3, a síndrome costuma melhorar bastante ou desaparecer com ou sem tratamento. O interessante é que ela tem um curso flutuante. É um vai e vem. Fases de muitos tiques se alternam com fases em que eles praticamente desaparecem.

(continua abaixo)

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